domingo, 12 de fevereiro de 2012

Polícia Militar encerra greve na Bahia

De frente para cerca de mil policiais, um dos líderes do movimento, soldado Ivan Leite, tratou de justificar a medida. “Já viu greve com viatura na rua? Estávamos trabalhando e cada dia mais desistimos da luta”, constatou, referindo-se aos policiais que decidiram voltar a trabalhar na quinta-feira, após o comandante geral da PM, coronel Alfredo Castro, ter ordenado o retorno das atividades, sob pena de corte do ponto. “A gente tem chance de sair da cabeça erguida. Neste momento, não cabe intransigência, já mostramos quem é o intransigente da história”, completou Leite, em crítica ao governo do estado. 
Convencida, a tropa gritou “a PM parou”, não mais como sinal de que manteria a greve, mas como um mantra, uma forma de saudação.“Decidimos em favor da sociedade, de nossas famílias, que estavam sofrendo”, destacou o soldado Leite. Segundo ele, as negociações para que o pagamento das gratificações tenha o prazo reduzido e o pedido de relaxamento da prisão dos 12 líderes da greve continuarão sendo negociados com o governo. “Se não, voltamos a parar de novo”, ameaçou. “Pouco me importa o prejuízo dos empresários do Carnaval, mas a gente está preocupado com quem vai para rua e sabemos que o Carnaval gera muito emprego”, ponderou.O coronel Castro comemorou o fim da greve e ressaltou que manterá abertas as negociações com a categoria. Segundo ele, pontos da pauta de reivindicações estão sendo estudados pelo governo, como a criação do auxílio-acidente. Quanto ao pagamento das gratificações fracionadas até 2015, o comandante ponderou: “Sei que não é o ideal, mas é o real e concreto”. Segundo Castro, as faltas ao trabalho de sexta e de ontem serão descontadas como faltas normais, e não serão interpretadas como crime de adesão à greve, previsto no Código Militar.

Castro afirmou que se reunirá com o comandante da operação do Exército, general Gonçalves Dias, para discutir o fim do uso das Forças Armadas no policiamento. Mas, segundo Castro, mesmo com o fim do motim, provavelmente o Exército e a Guarda Nacional devem participar do policiamento no carnaval. “Poderemos precisar”, disse. Reajuste de 6,5% retroativo a janeiro deste ano. 
Gratificação Policial IV (GAP IV) terá pagamento parcelado a partir de novembro (70% do total ) e 30% em abril de 2013.
Gratificação Policial V (GAP V) a ser parcelada a partir de março de 2013 até 2015.
Não haverá revogação dos mandados de prisão dos policiais e bombeiros suspeitos de ações violentas durante o motim. A Justiça determinou que 12 líderes do movimento deveriam ser presos. Até ontem, tinham sido presos  o líder dos grevistas Marco Prisco,  Antônio Paulo Angeline e a sargento Jeane Batista, que não estava na lista, mas foi presa ao ser flagrada tentando articular a invasão de um batalhão. Ontem, a Polícia Federal estava em Ilhéus tentando prender outro líder, Augusto Júnior.
 Correio da Bahia

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